Bonecas ‘Rainhas da África’ roubam espaço de Barbies, na Nigéria
O empreendedor Taofick Okoya percebeu um espaço no mercado de brinquedos nigeriano e resolveu se aventurar neste universo. Depois de notar que praticamente não havia bonecas negras no país - de maioria negra -, ele decidiu concorrer com multinacionais gigantes como a Mattel, fabricante da Barbie. De acordo com a agência de notícias Reuters, há sete anos Okoya começou a importar peças na China e montar as bonecas de pele escura na Nigéria, com trajes regionais típicos.
O empreendedor Taofick Okoya importa as peças da China para produzir as bonecas Foto: AKINTUNDE AKINLEYE / REUTERS Hoje, sua empresa vende entre 6 mil e 9 mil unidades das bonecas das linhas “Rainhas da África” e “Princesas Naija” — o que ele estima que represente até 15% do mercado. “Eu gosto. Ela é negra, igual a mim”, disse Ifunanya Odiah, de 5 anos, à Reuters, em um shopping center de Lagos. As bonecas custam entre 1.300 e 3.500 nairas (em torno de R$ 50).
As bonecas negras usam trajes típicos nigerianos Foto: AKINTUNDE AKINLEYE / REUTERS Com cerca de 170 milhões de habitantes, a Nigéria - país mais populoso do continente africano - tem a economia está aquecida, crescendo a cerca de 7% ao ano. O mercado de brinquedos é um dos que se destaca no país, com crescimento de 13% ano entre 2006 e 2011. Segundo a Reuters, a Mattel há décadas vende bonecas negras, mas uma porta-voz disse que sua presença na África Subsaariana é "muito limitada" e que a empresa "não tem neste momento planos de expansão nesta área para compartilhar".
As bonecas negras usam trajes típicos nigerianos Foto: AKINTUNDE AKINLEYE / REUTERS Okoya, por outro lado, tem conseguido aumentar suas exportações, sobretudo para a Europa. E o empreendedor segue sonhando alto. O próximo passo é construir bonecas de outros grupos étnicos africanos. Ele também negocia com a rede sul-africana Game, subsidiária do Wal-Mart, a venda das bonecas em 70 lojas do continente.